Mostrando postagens com marcador Man Ray. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Man Ray. Mostrar todas as postagens

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A estranheza das coisas

Alguns estudiosos da arte ao utilizar o vocábulo “estranhamento” fazem referência as ações do artista e fotógrafo Man Ray. 

O ato de tornar estranho ou de desfamiliarizar consiste então em despertar os aspectos insólitos ou em fazer emergir relações latentes habitualmente não percebidas pelo olhar convencional. Man Ray foi um artista de caráter pluralista, da segunda fase, de 1920 a 1950, do processo de desenvolvimento da fotografia com uma forte tendência surrealista.

O surrealismo foi movimento artístico de origem francesa que teve raízes na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, surgida em 1924. No surrealismo, as imagens do inconsciente não seguem um padrão, uma vez que os objetos estão liberados de seus significados habituais.  Nesse sentido, o artista, na sua obra, está livre para associar imagens contraditórias ou criar paradoxos visuais, com o intuito de desestabilizar categorias estabelecidas, provocando e envolvendo o expectador por meio da estranheza.
A provocação da estranheza no expectador é também uma forte tendência da arte contemporânea. Estudos indicam que isso acontece a partir das ações de descentramento e desconexão – a primeira representa o deslocamento do referente do seu sentido habitual, – a segunda liga os objetos aos aspectos desconexos do inconsciente pela falta clareza na forma ou sentido. Essas ações dialogam com o deslocamento, o qual provoca uma sensação de estranhamento no expectador.  
Essa estranheza proposta nas obras de arte corresponde às variedades de ideias, fatos, possibilidades, objetos e suas combinações dentro da dimensão artística e também ao comportamento humano, uma vez que o artista como expressão do seu tempo e espaço coloca para a sociedade as apreensões e expectativas percebidas, como um espelho para que elas sejam refletidas e observadas por todos.
“Sou livre para o silêncio das formas e das cores” - Manoel de Barros

AddThis

Share |